quarta-feira, 9 de maio de 2012

Agora descansa

Há alguns anos atrás entrei de urgência no hospital com uma forte dor abdominal. Após alguns exames, os médicos concluíram que se tratava de uma apendicite aguda. Poucas horas depois, já na sala de operações, foi-me dada uma anestesia geral e fui operado.

Acordei uma hora e meia depois numa sala recuperação, onde se encontravam outros pacientes. Lembro-me de nesse momento ter pensado que a hora e meia em que tinha estado inconsciente tinha sido o mais pacífico dos sonos. Lembro-me de ter pensado que aquela hora debaixo da anestesia se assemelhara a outra forma de existir, mais simples e mais leve. Lembro-me de ter pensado que assim é a morte: um sono pacífico, sem complicações, feito de leveza.

Ontem faleceu no instituto de oncologia do Porto um familiar meu. Teve uma morte triste e indigna (por razões que explicarei mais tarde). Resta-me, contudo o conforto de saber que agora está em paz, a viver uma vida simples e leve…

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