quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A parábola do candeeiro de rua

No outro dia li num livro de psicologia cognitiva a seguinte parábola: uma mulher encontra um homem aninhado, à procura de alguma coisa, debaixo de um candeeiro de rua. O homem explica-lhe que perdeu as chaves e ambos começam então à procura. Passado algum tempo a mulher pergunta-lhe onde pensa ele ter perdido as chaves, ao que ele responde “Mais ao fundo da rua no meio dos edificios”. Quando ela lhe pergunta porque procura então naquele canto, ele responde “Porque é aqui que tenho luz”.

Esta parábola, usado no livro noutro contexto, fez-me pensar que talvez seja este o maior desafio que enfrenta a sociedade actual. Estamos perdidos em sitio escuros, mas continuamos a tentar encontrar-mo-nos nos sitios onde há luz. Se não mudarmos isto, que o mesmo é dizer, se continuarmos a pensar e a fazer da mesma forma, se continarmos a usar os mesmos sistemas e as mesmas ferramentas de sempre, talvez nos encontremos perdidos por muito mais tempo.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Crer para ver

Aquando das eleições legislativas espanholas assisti a um debate entre o representante do PP e do PSOE. No final fiquei com a clara impressão que o candidato socialista havia sido mais claro e contundente e, portanto, havia ganho o debate. A verdade é que a maioria das sondagens feitas por jornais espanhóis deram o candidato do PP como o vencedor. A diferença entre os dois representantes era tanto maior, quanto mais de direita era a linha editorial do jornal e, em consequência, quando mais de direita eram os leitores.

Não se trata, contudo, de uns estarem certos e outros errados, mas de mais de um caso do fenómeno “crer para ver”. Uns e outros crêem no seu partido e viram no debate o que mais lhes interessava ver: a vitoria do seu candidato. Assim é na politica, assim é no futebol, assim é no dia a dia… Basta ver para crer.